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É FOFOCA INTRIGA E CONFUSÃO!!!


É FOFOCA INTRIGA E CONFUSÃO!!!

Tem gente que esquece a própria vida e fica a perambular pelos espaços onde ocorrem as desgraças procurando um fato novo para dá uma aumentada no conteúdo e espalhar nos quatro cantos a noticia ruim.

Por exemplo: se ali acontece um acidente onde ocorre a morte de duas pessoas a infeliz multiplica por seis e sai espalhando que no macabro acidente morreram doze.

São as famosas línguas de trapo que a ninguém dão sossego falam de Deus e do mundo conhece a vida da vizinhança e descreve em detalhes as intimidades das pessoas e faz tudo para que aconteça uma ampla publicação, quanto mais apimentada e intrigante melhor.

Seus olhos se enchem de brilho ao ver o estrago que causa as suas noticias escandalosas e seu prazer é denegrir e difamar as famílias decentes para se deleitar com os efeitos negativos e as encrencas que surgem gerando assim um fato novo para que possa prosseguir
Destruindo e devastando a paz alheia.

Veja no causo abaixo o tamanho do estrago que faz uma dessas línguas ferinas!!!

A FOFOQUEIRA!!!
(causo matuto)

Josefa de Zé Luxico
Que é irmã de Bastianinha
É chegada a um fuxico
A uma intriga, uma rinha
É miserável e malina
Tem a língua tão ferina
Igual a dona Maroca
A ninguém ela dá tréguas
Anda quilômetros ou léguas
A procura de fofoca

Na região que morava
Tinha condutas daninhas
De tanto que fofocava
Sobre a vida das vizinhas
Com reboliço e chamego
Causava desassossego
Arrelia e confusão
Era braba e linguaruda
Traiçoeira igual à Juda
A pura imagem do cão

Falou da fia de Joana
Que não apagava o facho
Andando toda bacana
Rua arriba rua abaixo
Também da fia de Ageu
Casada com Irineu
Irmão de Quinca Pelado
E que Ciço de Marina
Mai Mané de Jarmilina
Tava beijando um viado

Que a fia de seu Vafrido
Que é irmão de dona Vera
Anda traino o marido
E o fio que ela espera
É fruto de uma robada
Que ela deu lá na estrada
Na beirinha do riacho
Que a mulé de João de Bila
Vive com ele tranquila
Mai tá de oio nôto macho

Diz que a fia de Joaquina
Que é neta de dona Rita
E se chama Severina
Uma moça tão bonita
Mas também num vale nada
De home num é chegada
Pois tem uma viração
Cá fia de Dona Benta
As duas calça quarenta
E são mulé sapatão

Diz que o padre Manoel
Que da matriz é vigário
Não cumpre mais seu papel
E sai do itinerário
Na igreja de São Bento
E vai até o convento
Três vezes durante o dia
E lá por trás do campanário
Reza um terço e dois rosário
Junto com madre Luzia

Nem o pastor Sebastião
Pode escapá do seu laço
Terminou sua oração
E cá briba inbaxo do braço
Em veiz de siguí pra casa
Deu uma queda de asa
Saindo da sua raia
E fugindo do seu esquema
Foi pra rua da jurema
Atraiz dum rabo de saia

Ela tava de plantão
E deu fé dessa saída
Ficou prestando atenção
A fofoqueira atrevida
Saiu assim de fininho
Seguindo o mesmo caminho
Onde o pastor caminhava
Pra cunhecê seu intento
E flagrá-lo no momento
Na casa que ele entrava

Eita mulé desgramada
Só vive de leva e traz
Perto da famigerada
Quem pode viver in paz
Tem a língua perigosa
A serpente venenosa
Num tem instinto materno
Inté das fia ela fala
Tá bom de arrumá a mala
E se daná pro inferno

Carlos Aires 03//10/2009

sábado, 3 de outubro de 2009

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