Seca a noite a sua fonte
De refazer energia
Já se vê sinais do dia
No seu primeiro horizonte
Já dá para ver o monte
E a água do ribeirão
Já se ouve algum “cancão”
Dar a primeira piada
Como é bela a alvorada
Nos campos do meu sertão
Ouve o galo-de-campina
Com seu cantar elegante
Mesmo que seja distante
Lá no alto da colina
É como quem determina
E dá orientação
Como se fosse o chefão
Do resto da passarada
Como é bela a alvorada
Nos campos do meu sertão
A serra está embaçada
Numa pasta de neblina
Também a vasta colina
Ainda está orvalhada
É como se a madrugada
Chorasse de emoção
Por ter sido sem razão
Pelo sol desvirginada
Como é bela a alvorada
Nos campos do meu sertão
A floração da jurema
Tá exalando seu cheiro
Se ouve no tabuleiro
O grito da seriema
Que está armando o esquema
Da sua alimentação
Anda, corre, cisca o chão
E logo está alimentada
Como é bela a alvorada
Nos campos do meu sertão
O umbuzeiro pelado
Começa sua florada
Dá à primeira chuvada
Fazendo rama pra o gado
O sertanejo animado
Faz logo a sua oração
Pedindo a Deus proteção
Pra sua terra adorada
Como é bela a alvorada
Nos campos do meu sertão
É lindo o romper da aurora
Quando nasce um novo dia
Da emoção e alegria
A beleza dessa hora
Pra o sertanejo que mora
Nesse pedaço de chão
Sem ter comunicação
Das terras civilizadas
Como é bela a alvorada
Nos campos do meu sertão
CARLOS AIRES 11/09/2009
VISITE-ME NO RECANTO DAS LETRAS: http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=34776
Rádio Carpina Online
ALVORADA NO SERTÃO...
Postado por CARLOS AIRES às 06:25
Marcadores: POESIAS REGIONAIS (CORDEL)
1 Comment:
Caro vate Carlos Aires
Hoje vim lhe visitar,
Digo, pra me emocionar
Com seus versos singulares,
Que são como belos mares
Inundando meu torrão,
Pois retratam com amplidão
A vida do nordestino,
A paisagem, o sol a pino,
As belezas do sertão.
As fotos aqui mostradas
Parecem ser Santa Helena,
Minha cidade pequena,
Os animais, a estrada,
Uma criança montada
No jumento e o pai atrás
Confesso, lembram demais
Imagens que sempre vi
E no instante senti
Saudade e no peito, paz.
Aquele trem fumaçando
Cruzando o verde mato
É sim um belo retrato,
Que sem cansar vou olhando
E do meu pai vou lembrando
Nos trilhos a trabalhar.
Amigo o que vens mostrar
É de uma imensa beleza,
Causa alegria e tristeza,
Faz a gente se encantar.
Os textos metrificados
Com oração coerente
Expondo a vida da gente,
Que tem sofrido um bocado,
São poemas carregados
De verdade, ensinamento
E em todos os momentos
Exaltam o nosso chão,
Parabéns prezado irmão,
São belos seus argumentos!
Francisco Diniz
http://literaturadecordel.vila.bol.com.br
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